Todas as mulheres em uma

Num tempo em que casar na igreja pode soar “careta”, “fora de moda” ou algo que o valha, é de se admirar a coragem da minha amiga Lu, que não só se vestiu de noiva como ainda acrescentou ao seu o sobrenome do marido. É um ato que, na minha opinião, está longe de ser conservador, justamente porque contraria a ordem vigente, que é a de não se acreditar no amor eterno, na constituição de uma família, no casamento “como manda o figurino”.

Eu sempre quis ser uma profissional realizada, tanto que coloquei a carreira em primeiro plano durante muito tempo na vida, mas nunca tive vergonha de confessar que só seria feliz no dia em que encontrasse um amor para dividir casa, comida, roupa lavada e filhos comigo. Admitir isso é o primeiro passo, acho, para aceitarmos a solidão e tirarmos proveito dela, sem deixar de buscar a felicidade (nesse caso, a de formar uma família).

Acreditar no amor e tentar a maternidade, portanto, sempre foram algumas das minhas principais metas _ sem deixar de lado o exercício da escrita e da leitura, minhas ferramentas de trabalho. Agora, já casada, estou aprendendo a cozinhar “de um tudo” e de como cuidar da casa, com a ajuda do meu marido. Uma coisa não exclui a outra e me sinto feliz, embora às vezes fisicamente cansada, de poder conjugar todas as mulheres numa só. Tenho certeza que a Lu Gondim, agora Miragaya, fará e sentirá o mesmo.

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